Política
Os parlamentares criticaram a atuação da concessionária responsável e reforçaram a necessidade de articulação política para solucionar as dificuldades
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Na sessão realizada em 24 de fevereiro de 2025, os vereadores de Palhoça debateram os desafios da mobilidade urbana na cidade. A discussão foi motivada pelos requerimentos nº 0014/2025 e nº 0015/2025, apresentados pelo vereador João Batista Junior, que destacaram os problemas constantes de tráfego nas rodovias BR-101 e BR-282. Os parlamentares criticaram a atuação da concessionária Arteris e reforçaram a necessidade de articulação política para solucionar as dificuldades enfrentadas pela população. Eles defenderam a elaboração de um planejamento estratégico para melhorar a infraestrutura viária e minimizar os impactos no trânsito local.
O vereador João Batista Junior apontou dificuldades específicas nos acessos do viaduto da Ponte do Imaruim e do Jardim Eldorado. Segundo ele, antes era possível entrar diretamente na BR-101 ao sair do viaduto, mas uma mudança impediu essa conexão, obrigando os motoristas a seguir até São José para acessar a rodovia. A alteração tem gerado congestionamentos e prejudicado a fluidez do trânsito. O vereador lembrou que já havia feito um apelo à Arteris e à Polícia Rodoviária Federal (PRF) em 2022, sem obter resposta. Ele propôs a reorganização do viaduto para restabelecer o acesso direto à BR-101, evitando desvios desnecessários.
O vereador Tedo ressaltou que a decisão sobre as mudanças na rodovia cabe à Arteris, não à PRF. Ele recordou um episódio anterior no viaduto do Caminho Novo, quando, na função de secretário de infraestrutura, removeu uma barreira de concreto, resultando em um processo contra ele. Para Tedo, é inadmissível que a concessionária tome decisões sem consultar a população. Como solução, ele sugeriu a elaboração de um projeto oficial a ser enviado à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), pois a Arteris tem ignorado os pedidos da prefeitura. Ele destacou que o projeto deve ser desenvolvido em conjunto com o município e a Câmara de Vereadores para garantir credibilidade e resposta das autoridades competentes.
O vereador Zunga abordou outro problema de trânsito no viaduto do Bela Vista, criticando a necessidade de retorno pelo viaduto do Aririu para acessar a BR-101. Segundo ele, esse trajeto obriga os motoristas a passar em frente a estabelecimentos comerciais, como o Brasil Atacadista e a Havan, causando longas filas e congestionamentos frequentes. Ele alertou para o risco de acidentes devido a veículos estacionados no acostamento em locais perigosos. Para Zunga, essa configuração é um erro de engenharia, e a solução ideal seria criar um acesso mais direto à rodovia para evitar transtornos.
O vereador Ezequiel, com experiência na área de trânsito por já ter sido chefe da Guarda Municipal, argumentou que a simples reabertura de acessos não resolveria os problemas. Para ele, a melhor alternativa seria a construção de passarelas e elevados para reduzir os cruzamentos entre veículos e pedestres, que geram congestionamentos e aumentam o risco de acidentes. Ele reconheceu que essa solução demandaria investimentos mais altos, mas citou o sucesso dessa estratégia em cidades como São Paulo. Ele defendeu que Executivo e Legislativo precisam adotar uma abordagem mais estruturada e investir em infraestrutura eficiente e duradoura para resolver a questão da mobilidade de forma definitiva.
Os vereadores Jean Negão e André Xavier enfatizaram a necessidade urgente de um planejamento amplo para a mobilidade urbana em Palhoça. Jean destacou a falta de investimentos na cidade em comparação com municípios vizinhos e cobrou maior envolvimento do prefeito e de lideranças políticas locais para buscar soluções estruturais junto ao governo federal. Ele criticou a falta de planejamento na utilização das faixas da rodovia, prejudicando o fluxo de veículos. Já André Xavier relembrou que o problema da mobilidade tem sido debatido há anos, sem avanços concretos. Ele criticou a concessionária pela ineficácia das ações e cobrou maior atuação de deputados estaduais e federais para pressionar por mudanças reais. Para ele, a mobilidade em Palhoça continuará sendo um problema se não houver ações políticas mais firmes.
Fonte: Câmara de Vereadores de Palhoça