Segurança
Operação nacional combate tráfico de animais e cumpre mandados em SC; grupo usava redes sociais para venda ilegal
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Uma ação conjunta entre a Polícia Civil e o Ibama resgatou 18 animais silvestres mantidos ilegalmente em cativeiro no bairro Tamanduá, em Ascurra, no Vale do Itajaí, durante uma operação deflagrada nesta terça-feira (17). A ofensiva faz parte de uma investigação nacional contra uma das maiores redes de tráfico de fauna do país.
Entre os animais resgatados estão araras, tucanos, tartarugas e outras espécies nativas e exóticas. Segundo informações da Delegacia de Polícia de Ascurra e do Departamento de Proteção Animal de Blumenau, os animais serão encaminhados para o Zoológico de Balneário Camboriú, sob custódia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A operação também teve alvos em cidades do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Em todo o país, foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão. O principal foco das buscas foram imóveis, cativeiros e clínicas veterinárias associadas aos suspeitos.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações identificaram um esquema digital de tráfico de animais silvestres operado por mais de 20 mil integrantes em grupos fechados de redes sociais e aplicativos de mensagens. Policiais infiltrados acompanharam durante dois anos as negociações ilegais, que envolviam espécies como onças, macacos, serpentes e aves exóticas.
O suspeito responsável pelo cativeiro em Ascurra, cuja identidade não foi divulgada, responderá por crime ambiental. No total, oito pessoas foram presas até o momento, incluindo um médico veterinário.
Os crimes investigados incluem tráfico de animais, maus-tratos, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e organização criminosa — com penas que podem chegar a 25 anos de prisão. As entregas dos animais eram feitas por diferentes meios de transporte, incluindo ônibus, caminhões e até aplicativos de mobilidade.
Além da Polícia Civil e do Ibama, a operação contou com apoio da Polícia Militar do Paraná, do Instituto Água e Terra (IAT) e de entidades ambientalistas. Em Santa Catarina, segundo o Ibama, o tráfico de animais ainda representa uma das principais ameaças à biodiversidade local.