A tubaronense Laura Maria, atleta do Atlético Mineiro, foi a entrevistada de estreia do programa Central do Esporte, apresentado por Caio Maximiano, na Rádio Cidade de Tubarão. A jogadora, que acaba de conquistar o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, compartilhou sua trajetória, desafios e conquistas com ouvintes e fãs da região.
Laura iniciou sua carreira no futsal de Tubarão, aos 12 anos, sob orientação de André Farias e Betinho, na Associação Tubaronense de Futsal Feminino (ATF). Aos 14, migrou para Criciúma em busca de oportunidades no futebol de campo, o que abriu portas para uma bolsa de estudos nos Estados Unidos, onde se formou em Educação Física e jogou por quase cinco anos no futebol universitário.
Após a experiência americana, Laura assinou com o Marítimo, de Portugal, em 2023, mas a adaptação fora do Brasil não foi fácil. “Por mais que Portugal tenha cultura parecida com a do Brasil, acabei não me adaptando muito bem lá. Misturado com a saudade de casa, decidi voltar”, explicou. De volta ao Brasil, jogou pelo Criciúma e, em seguida, foi contratada pelo Atlético Mineiro.
Transição do futsal para o campo
A atleta destacou as dificuldades da transição do futsal para o futebol de campo, especialmente na adaptação ao gramado e ao domínio de bola. “No começo não gostava muito porque futsal é muito diferente. Mas aprendi coisas que me ajudaram no campo, como jogar em espaços menores”, contou.
Estrutura do futebol feminino no Brasil e no exterior
Laura comparou as condições do futebol feminino nos Estados Unidos, Portugal e Brasil, ressaltando avanços, mas também desafios. “O investimento está melhorando, mas ainda falta organização no calendário e definição de datas de jogos no Brasil. Lá fora, tudo é mais organizado”, avaliou.
No Atlético Mineiro, a equipe feminina treina parte da semana no CT do clube, mas em campos diferentes do masculino. “A Arena MRV foi usada por nós pela primeira vez nas quartas de final. Acredito que, agora, isso será mais frequente”, disse. Ela também destacou que, em muitos clubes, jogos do feminino ainda não são realizados nos principais estádios, dificultando o acesso dos torcedores.
Campanha do acesso e superação
A classificação do Atlético Mineiro para a Série A foi marcada por superação. “Começamos mal, mas nos unimos, mudamos o treinador e ganhamos confiança. O acesso veio nos pênaltis, com emoção, e coroou uma trajetória difícil”, relatou. O jogo decisivo teve público expressivo na Arena MRV, com cerca de três mil torcedores.
Presença catarinense e internacionalização do futebol feminino
Laura comentou sobre a presença de atletas catarinenses no futebol nacional e internacional, citando colegas de Rio do Sul e Balneário Camboriú. Ela também destacou a chegada de estrangeiras ao futebol brasileiro, especialmente de países vizinhos, atraídas pelo crescimento da modalidade no Brasil.
Recado para a comunidade e incentivo às novas gerações
A atleta encerrou agradecendo o apoio da família e da comunidade de Tubarão. “É importante que o povo da cidade saiba dos atletas que vieram daqui, para dar representatividade e mostrar às crianças que é possível chegar ao futebol profissional. Só precisa trabalhar”, concluiu.
Confira a entrevista.
