Segurança
Operação Sentinela revela corrupção no sistema prisional catarinense; dois suspeitos foram presos preventivamente
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A Polícia Civil e a Polícia Penal de Santa Catarina deflagraram, nesta terça-feira (17), a Operação Sentinela para desarticular um esquema de corrupção dentro da Penitenciária de Itajaí. A ação revelou que dois funcionários terceirizados facilitavam a entrada de celulares e acessórios destinados a presos ligados ao Primeiro Grupo Catarinense (PGC), considerada a maior facção criminosa do estado.
As investigações começaram em março, após denúncias internas e aumento na apreensão de celulares na ala Delta, setor onde estão líderes da organização criminosa. Os alvos da operação foram um motorista da unidade e outro funcionário, ambos contratados por uma empresa terceirizada.
Os investigadores tiveram acesso a imagens de segurança do presídio, que mostram o motorista entrando com celulares escondidos na roupa durante o turno noturno. Ele foi abordado por policiais penais antes mesmo da revista, entregando espontaneamente quatro aparelhos, chips, carregadores, fones de ouvido e uma chave de algema. Em depoimento, o suspeito alegou coação, mas a investigação apontou que ele recebia pagamentos pelo transporte.
Uma testemunha protegida confirmou ter sido procurada pelo outro funcionário com proposta de R$ 20 mil para realizar a entrega de celulares na mesma ala do presídio. Mandados de busca também resultaram na apreensão de armas, munições e outros aparelhos nas residências dos investigados, que agora estão presos preventivamente.
Segundo a Polícia Civil, 23 celulares foram apreendidos na galeria Delta nos últimos meses, todos possivelmente ligados ao mesmo esquema. A empresa terceirizada foi notificada e pode ser responsabilizada por falhas na fiscalização dos funcionários.
O uso de celulares em unidades prisionais é considerado uma ameaça à segurança pública, por permitir a coordenação de crimes fora das celas. As investigações continuam e podem alcançar outros envolvidos.