O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (6) que o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar, possa receber visitas de seus familiares diretos sem necessidade de autorização prévia. A decisão inclui filhos, netos, netas e cunhadas, desde que sejam respeitadas as condições legais já estabelecidas.
Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar na noite de segunda-feira (4), por determinação de Moraes. A medida foi acompanhada da apreensão de mais celulares do ex-presidente, que já teve diversos aparelhos confiscados ao longo das investigações. Inicialmente, Moraes havia autorizado visitas apenas de advogados, além de proibir o uso de celulares, inclusive de terceiros.
A motivação para a prisão domiciliar incluiu publicações nas redes sociais feitas no domingo (3) pelos filhos de Bolsonaro, em que ele aparece saudando apoiadores que se manifestavam pedindo anistia a envolvidos em atos golpistas. A defesa alegou que Bolsonaro não violou as restrições, pois a postagem teria sido feita por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, sem sua participação direta.
Advogados do ex-presidente afirmaram que foram surpreendidos pela decisão de Moraes e já preparam um recurso para reverter a medida. A análise caberá à Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros, incluindo Moraes. Nos bastidores, há descontentamento com a decisão, vista por parte do tribunal como uma escalada desnecessária que pode intensificar tensões institucionais.
A prisão de Bolsonaro teve repercussões internacionais. O governo dos Estados Unidos anunciou sanções contra Moraes e outros membros do STF, acusando-os de perseguição política. O presidente Donald Trump implementou tarifas de 50% sobre alguns produtos brasileiros, em uma ação que entrou em vigor também nesta quarta-feira (6).
