Nas últimas semanas, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina enfrentou uma sequência de incêndios de alta complexidade envolvendo cargas inflamáveis. De Palhoça a Garuva, passando por Criciúma, as equipes atuaram com rapidez e seguiram protocolos rigorosos para evitar que as ocorrências tivessem consequências ainda mais graves.
Em entrevista à Rádio Cidade em Dia, o tenente Eduardo Henrique Ribeiro, do 4º Batalhão de Bombeiros Militar de Criciúma, explicou como essas situações são tratadas com base em procedimentos já bem definidos.
“Os incêndios envolvendo líquidos inflamáveis e combustíveis, como gasolina, álcool e óleo diesel, são classificados como incêndios classe B. Esses casos já possuem protocolos bastante estruturados, e os bombeiros são treinados para lidar com esse tipo de ocorrência desde o início da formação”, destacou o tenente.
Segundo ele, o combate às chamas nesse tipo de situação requer o uso de espuma geradora de abafamento, que é aplicada sobre o líquido inflamável para conter o fogo na superfície. A simples utilização de água, conforme explicou, não é suficiente para a extinção eficaz do incêndio.
Três grandes incêndios em sequência
O primeiro grande episódio aconteceu no domingo (06), na BR-101 em Palhoça, quando uma carreta carregada com etanol tombou, provocando uma explosão de grandes proporções. O incêndio atingiu vários veículos, deixou feridos e interditou a rodovia por mais de 16 horas.
“Além do combate às chamas, é essencial isolar a área de risco, pois a propagação pode ocorrer tanto pelo líquido inflamável escorrendo pela topografia quanto pela formação de uma atmosfera explosiva, especialmente em ambientes confinados”, explicou o tenente.
Na terça-feira (08), foi a vez de Criciúma registrar uma ocorrência. Um incêndio atingiu um caminhão-tanque e uma carreta no pátio de uma empresa durante a transferência de combustível para um tanque interno. Apesar da gravidade, ninguém ficou ferido, e o protocolo de segurança foi cumprido à risca.
Já na quarta-feira (09), um caminhão que transportava 35 toneladas de resina de pinos pegou fogo na BR-101, em Garuva. A rodovia ficou bloqueada até por volta das 9h. A operação de combate às chamas mobilizou mais de 23 mil litros de água e 90 litros de líquido gerador de espuma.
Integração entre unidades é fundamental
O tenente também destacou a importância da atuação coordenada entre as unidades do Corpo de Bombeiros Militar. Quando um incêndio exige reforço, as equipes podem acionar a Central de Operações Bombeiro Militar (COBOM), que despacha o apoio com base na disponibilidade e proximidade das unidades.
“As unidades dão conta da maioria dos atendimentos. Mas, quando necessário, a solicitação é feita ao COBOM, que organiza a resposta com outras eq